17 de maio de 2014

SOLIDARIEDADE, PAZ, ESPERANÇA

O P. Raimundo Rocha, comboniano brasileiro,
celebra a 5ª feira Santa no campo de deslocados da ONU em Juba

Representantes dos 29 institutos religiosos presentes no Sudão do Sul publicaram uma mensagem de solidariedade, paz e esperança em tempos de crise e violência, porque «não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos» (Actos 4: 20).

As 75 religiosas e religiosos reuniram-se em Juba em assembleia anual de 13 a 15 de Maio para reflectir nas comunidades eclesiais de base como nova maneira de ser Igreja e povo de Deus.

Na mensagem, escrevem que «como vossos irmãos e irmãs, estamos conscientes de cada criança, cada mulher, cada homem, cada ancião que estão a ser afectados pela violência no Sudão do Sul durante os últimos cinco meses.»

«O sangue de milhares de inocentes clama por justiça», proclamam.

O Sudão do Sul está envolto numa luta violenta pelo poder com contornos étnicos dentro do partido do governo que desde 15 de Dezembro já matou mais de 20 mil pessoas e deslocou, 1,2 milhões.

Os signatários oferecem orações pelas vítimas «desta violência sem sentido» e manifestam solidariedade com os desalojados nas florestas, pântanos, bases da ONU e nos países vizinhos.

Também se solidarizaram com os missionários e missionárias que foram afectados pela violência em Malakal, Leer, Ayod e Renk e o pessoal da diocese de Malakal onde só há uma paróquia em funcionamento.

As religiosas e religiosos louvaram o esforço das igrejas e das agência humanitárias para assistirem as vítimas de cinco meses de violência através da comida, abrigo e cuidados de saúde.

«Nós condenamos energicamente todas as espécies de violência e atrocidades cometidas pelas forças do governo e pelos grupos rebeldes», escrevem, «bem como todas as formas de corrupção, nepotismo, ganância e luta pelo poder às custas de milhares de vidas inocentes.»

Pediram às partes beligerantes para honrarem o acordo de cessação de hostilidades assinado a 9 de Maio em Adis-Abeba para resolverem a crise e procurarem uma paz sustentada e reconciliação través do diálogo político.

Exigiram que as forças do governo e dos rebeldes sejam disciplinadas e mantidas sob controlo.

Os signatários recordaram que «Deus criou pessoas de cada clã, tribo e nacionalidade para viverem em paz, harmonia e unidade.»

Terminam com um apelo veemente em favor da paz: «nós dizemos não a todas as formas de violência ou qualquer acção que degrada a vida humana e a sua dignidade. Demasiado sangue foi derramado nesta terra. Demasiadas vidas foram perdidas. Demasiada destruição aconteceu. Nós queremos paz, estabilidade e desenvolvimento para todos os cidadãos da nossa jovem nação.»

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