12 de novembro de 2015

DEUS COMIGO



A candidata presidencial Maria de Belém Roseira foi a convidada de Maria João Avillez nas conversas sobre Deus desta quarta-feira na Capela do Rato.

Maria de Belém explicou que foi educada na fé: «A minha casa era uma casa onde se vivia a vida religiosa. A educação era católica.»

Explicou que o sentido da existência de Deus e sobretudo o Anjo da Guarda «era uma forma de a pessoa perante os riscos não estar permanentemente assustada.»

Deus não é distante, mas está connosco, uma segunda pele. «Se alguém está connosco, está connosco sempre nas certezas e nas dúvidas e dá força e resistência. Deus é uma referência com a qual entro em diálogo permanente», explicou.

Maria de Belém afirmou que a religião é uma forma de estar mais inteligente e com mais responsabilidade de estar e de ser numa relação de protecção.

«A religião é algo que implica amor, cuidado e afecto relativamente ao outro», afirmou.

Explicou que a sua relação com Deus não é dogmática mas passional. Por isso, não vai à missa aos domingos, mas «quando acha que deve ir, quando é importante ir.»

Define-se profundamente cristã e diz que a mensagem central do cristianismo é a obrigação de cuidar por quem não tem, uma atitude que aprendeu da mãe desde a infância, a matriz em que foi criada.

Aliás, explicou que a sua passagem pelo ministério da saúde inseriu-se nessa atitude.

Entende que a prática da fé se traduz mais na acção que em formalismos. Preocupa-se mais com a substância das coisas que com a forma e as rotinas: «Tentar guardar o sentimento de (in)justiça que temos quando somos crianças, a sensibilidade de sentir o que está certo e errado»

Maria de Belém sublinhou que no âmbito da família a Igreja deve preocupa-se mais com que as pessoas façam o bem em vez de se preocupar com comportamentos. A Igreja devia estar muito mais próxima da vida e dos problemas das pessoas, desejou.

Fez uma apreciação muito interessante da Doutrina Social da Igreja, uma interpelação permanente contra a instrumentalização das pessoas em função da economia. Parte de conceitos que sublinham a transcendência do ser humano.

Explicou que para ela o Papa Francisco apareceu no momento oportuno e necessário e, por isso, prova de que Deus existe.

Durante a participação nas reuniões da pastoral da família, no Vaticano, ficou com a ideia de que o Papa João Paulo II era prisioneiro de uma corte: a organização impunha-lhe modelos de comportamento apesar de o seu corpo já não responder.

Maria de Belém afirmou que a fé não lhe vai atrapalhar o exercício da presidência da república.

Finalmente, explicou que reza mais por palavras próprias mas gosta do pai-nosso e da ave-maria.

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