28 de julho de 2016

RDC: MISSIONÁRIOS APANHADOS EM MANIF VIOLENTA


Dois missionários combonianos apanharam um susto valente por estarem na hora errada na parte errada de Kisangani, no norte da República Democrática do Congo.

Na segunda-feira o P. José Arieira foi levar o P. Lorenzo Frattini ao aeroporto regional de Kisangani.

Depois de passarem várias barreiras de controlo montadas por manifestantes moto-taxistas, foram envolvidos por uma multidão enfurecida de jovens armados de pedras, paus e barras de ferro.

«Enquanto fazíamos inversão de marcha saltaram-nos para cima do jipe, atiraram-nos pedras, partiram os vidros da parte traseira e lateral direita para além de danificarem a chaparia e as portas traseiras», conta o P. Arieira.

O comboniano de Viana do Castelo que regressou à RD do Congo no ano passado disse que os missionários escaparam ilesos apesar das pedras, dos vidros partidos e da chaparia amassada.

«Felizmente não fomos atingidos mesmo se as pedras caíam ao nosso lado. Também encontramos dentro do veículo parte do cano de uma metralhadora que serviu para partir os vidros».

Os militares entraram em cena e os missionários chegaram ao aeroporto protegidos por uma coluna militar.

Pelo menos dois manifestantes foram mortos e cinco feridos com gravidade pelo exército.

Esvaziaram os pneus dos manifestantes que usavam motas e queimaram os veículos dos que insistiram em furar o cordão de segurança.

Os jovens taxistas manifestavam-se contra o controlo apertado da polícia nacional.

O P. Arieira explica que as moto-táxis em Kisangani são aos milhares.

A maioria é indocumentada.

Na terça-feira o primeiro-ministro deslocou-se de Kinshasa, a capital, a Kisangani para tentar serenar os ânimos.

«A situação continua quente», diz o P. Arieira. «O protesto manifesta o descontentamento deste povo no que diz respeito à situação politica e social.»

Os moto-taxistas ameaçam voltar às ruas se a polícia continuar a importuná-los.

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